buffon em londres

Relatos esporádicos de uma existência em Londres

Thursday, April 27, 2006

Sven, faz-nos um favor e explica-lhes

Scolari é hoje - mais uma vez - notícia do dia porque alegadamente foi convidado para treinar a selecção inglesa. "Big Phil" tem tudo a favor: foi campeão mundial com o Brasil, é um grande treinador e é conhecido por saber lidar com as "estrelas" do futebol - e Inglaterra tem algumas. O seu currículo é apenas assombrado por uma lacuna: segundo a BBC, não fala a língua inglesa, apenas "brazilian". Deve ser este problema de idiomas que talvez esteja a dificultar a compreensão da promessa de "Felipão" de só anunciar o futuro depois do Mundial da Alemanha. Mas o mais embaraçoso é ver como o actual seleccionador de Inglaterra, Sven-Goran Ericsson, é tratado: como se já não existisse.

Wednesday, April 26, 2006

Arsenal na final

As buzinadelas ontem à noite não deixavam margem para dúvidas: o Arsenal, o clube aqui do bairro, vai pela primeira vez da sua história à final da Liga dos Campeões. O que custa a engolir aos ingleses é que tenha sido um alemão, o guarda-redes Jens Lehmann, a garantir a qualificação, ao defender um penalti.

Thursday, April 20, 2006

Histórias da mudança: a lógica certa

Nas grandes lojas é raro haver um erro. A máquina está tão bem oleada que o engano é quase impossível. Mas sonhamos sempre que esse escasso acontecimento suceda connosco e que, sem prejudicar o empregado, acabemos por adquirir um artigo por um preço inferior. Na nossa inevitável visita a uma filial de uma cadeia de mobilário sueca, o milagre aconteceu! Na factura não apareceu registada a mesa de refeições que cuidadosamente escolhemos. Considerámos o acto uma gentileza da parte da multinacional a um jovem casal acabado de instalar em Londres. O problema é que a companhia de transportes que devia trazer as compras a casa esqueceu-se precisamente daquele pacote. Um telefonema à meia-noite ao funcionário da empresa que efectuou a entrega não surtiu o efeito desejado, o qual alegou que tinha depositado todos os artigos e que teríamos de esperar pela manhã para reclamar. Ficámos indignados e apreensivos: "ficaram com a nossa mesa e nem temos prova de que a comprámos". Este não era o epílogo que esperávamos para o nosso dia de compras. A excursão tinha sido devidamente preparada com a redacção cuidada de uma lista de artigos necessários para as diferentes divisões da casa. O orçamento foi feito por alto, pois o objectivo era apenas abastecer-nos do essencial. Chegámos ao local a tempo de comer uma ração económica de almôndegas e salmão e só depois entrámos no dito antro do consumismo. De fita métrica na mão, lápis na orelha e olho na calculadora, começámos a colher objectos e referências. Finda a apanha, dirigimo-nos à caixa registadora, onde pensávamos que o maior choque seria a conta a pagar. Não, somos informados que temos de recolher todos os objectos e que a entrega ao domicílio é feita por uma companhia externa. Voltamos atrás, metemos as caixas todas no carrinho e por fim entregamos a mercadoria à dita empresa. Foi ao rever o filme da véspera que a luz se fez na manhã seguinte: e se, com a pressa, nos tivéssemos esquecido de embarcar a mesa?

Quase quase

Se os ventos ajudarem e as estrelas estiverem alinhadas com os planetas certos, espero ter finalmente uma ligação à internet fiável e segura até ao início da próxima semana. Isto é, uma ligação pessoal e não a da vizinha Susan, que simpaticamente deixa a "porta aberta" da rede sem fios dela e nos permite navegar sem ir ao café. 

Wednesday, April 19, 2006

Coisinhas fofas

Já vi esquilos aqui na rua. Mais do que uma vez. Agora só precisamos de habituá-los a bater à porta e pedir comida de patinhas no ar. 

Tuesday, April 11, 2006

Torradas com manteiga

Quando discutíamos sobre o que mais sentiríamos falta de Paris - além, claro, dos amigos -, concordámos que seria o pão. Em visitas anteriores a Londres tínhamos percebido que aqui, o dito é sinónimo de torradas fabricadas a partir de pão de forma ensacado. Mas nestes dias de descoberta do bairro tenho perdido algum tempo (e dinheiro) a descobrir as padarias das redondezas e percebemos com agrado que as alternativas existem. A mais frequente é o french stick, equivalente correcta da baguette normal que comíamos por aí. Não é tão fresca, mas transforma-se surpreendentemente em pedra durante a noite, o que nos faz recordar saudosamente aqueles velhos velhos tempos.... Felizmente há mais para além destes "paus franceses". Aqui mesmo ao lado, na fina La Fromagerie temos uma baguete decente, em Newington Green, a pastelaria Belle Epoque tem bom pão igual ao de França (Campaillette, Grand Siècle, Pain de Campagne) e muito perto da estação de Highbury e Islington encontrei uma padaria escondida com um Pain à l'Ancienne correcto. Por visitar ficaram ainda um par de bakeries na chique Upper Street. Claro que estes luxos têm o seu custo. E nada disto faz esquecer a dose diária de baguette tradition, abastecida por uma pequena padaria na rua Monge. Mas tem adiado as inevitáveis  - e muitas vezes aprazíveis - torradas com manteiga. 

Back in touch

Vamos a ver se este blog começa finalmente a dar notícias regularmente, porque senão é uma chatice.