buffon em londres

Relatos esporádicos de uma existência em Londres

Tuesday, May 23, 2006

Roon-mania

Há uma verdadeira angústia nacional para saber se Wayne Rooney vai recuperar de um pé partido a tempo de jogar no Mundial de Futebol, que começa dentro de duas semanas. Eu, se fosse ao Eriksson, punha-o a jogar, mesmo coxo. De certeza que fará do que o Pauleta com dois pés. 

Bandeira na janela

Nem pensar. Das duas uma: ou instalo uma haste e iço o estandarte nacional ao som A Portuguesa durante todo o campeonato; ou penduro discretamente no estendal um pano levemente pintado de vermelho e verde e uma roda amarela no centro para celebrar as vitórias. De qualquer forma, ninguém aqui liga ao futebol. 

Thursday, May 18, 2006

A PARADA NÃO CHEGOU A ARRANCAR

A Upper St., uma das principais ruas de Islington, estava desde o fim-de-semana a ser preparada para receber uma parada do Arsenal, caso estes vencessem a Liga dos Campeões. Alguns edifícios e paragens de autocarro foram protegidos com tábuas e as paragens de autocarro literalmente envolvidas por placas de contraplacado. As escolas até tinham anunciado um "feriado" para  proteger as crianças de eventuais festejos mais violentos. Mas a festa do clube do bairro foi estragada pela vitória do Barcelona e os "hooligans" ficaram a curtir as bebedeiras nos carros e ruas das redondezas.
Ainda estou para decidir se a derrota dos "gunners" foi um desgosto ou um alívio. 

Friday, May 12, 2006

Highbury Fields, 11.05.2006

Nem todas as praias têm areia e mar.
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Thursday, May 11, 2006

30 anos

Sinto-me na mesma. Tenho de ir tratar desta hérnia. 

Wednesday, May 10, 2006

Mas nem tudo é mau

Ontem deu na TV um documentário muito interessante sobre as relações entre os jornalistas e os deputados homossexuais britânicos, e como vários destes decidiram anunciar publicamente a sua orientação sexual. Ao pioneiro Chris Smith seguiram-se vários trabalhistas e um único conservador, Alan Duncan. É emocionante viver num reino de príncipios e liberdades. Visto daqui, Portugal é um país dentro de um armário.

Continuam sem perceber

O jornalismo inglês tem uma certa aura de ética e profissionalismo em todo o mundo, mas o que tenho visto nestas últimas semanas é prova do contrário. A forma como foi revelado e tratado um caso de infidelidade conjugal do vice-primeiro-ministro John Prescott foi indecente. O assunto não tem qualquer interesse público, como demonstra o facto de ter sido mantido por Blair no cargo - a não ser a coincidência de ter sido conhecido em vésperas das eleições locais. E que dizer da cobertura mediática ao pseudo-convite feito a Scolari para dirigir a selecção inglesa? Afinal, ao contrário do que chegou a noticiar a BBC, nenhum dirigente da Federação Inglesa chegou a falar com "Big Phil", nem este pediu o dobro do salário, como afirmava um jornal - para mencionar apenas algumas das notícias que foram avançadas. Mas o cúmulo foram as explicações da nega dada por Scolari. Um jornalista chegou a dizer na Sky que "se calhar, a Federação Portuguesa apercebeu-se, agora que os ingleses o desejavam, do valor de Scolari e fizeram-lhe uma nova oferta". Genial!

Saúde!

Ou é pudor ou telepatia. Das três vezes que levei a B. ao médico em Londres nunca tive de a despir nem deitar na marquesa. Na semana passada foi vista pelo médico de família, que estava disposto a deixá-la partir sem lhe tocar, apesar de estar há mais de 24 horas com febre alta. Fui eu que sugeri que ele lhe visse os ouvidos e a auscultasse! Em Paris, uma vez, um médico descobriu-lhe uma otite quando pretendíamos apenas que receitasse umas gotas para tratar uma conjuntivite.
Tudo porque a observação dos ouvidos e da garganta e a auscultação dos pulmões são uma rotina obrigatória. Aqui, os médicos confiam na palavra dos pais e no "golpe de olho". Felizmente, a miúda é rija e o vírus que apanhou passou rapidamente sem precisar de grandes cuidados. Assim funciona o sistema de saúde inglês, universal e gratuito.